Ouvi um homem casado dizendo para o amigo... “Eu já fui muito ruim para minha esposa”... Confesso que esta conversa me fez refletir profundamente.
O que será que aquele homem quis dizer com “eu já fui muito ruim”.
Fiquei pensando em quantos homens, quando ainda eram jovens, escolheram e cortejaram suas esposas por ser quem eram... Mulheres falantes ou não, risonhas, delicadas, talentosas, criativas, meninas mulheres que lhes encantavam com seu jeito único de ser.
E ao longo do tempo a forma como se relacionaram com elas fizeram delas mulheres mal amadas, mal compreendidas, mulheres silenciosas, sem identidade, sem essência. Mulheres que não acreditam mais no amor. Que vivem uma união sem conflitos porque optaram em silenciar-se e apenas se deixar levar pela vida.
As tantas exigências egoístas, a incapacidade de fazer algo para ajudar, de manifestar seu amor em palavras, gestos, atitudes. A falta de carinho, de afeto, de respeito pelos sentimentos, pelas lágrimas que não foram compreendidas. A razão como um punho de ferro e insensibilidade. Os elogios que se transformaram em cobranças. As doces palavras da conquista que se tornaram em regras e obrigações.
Se um dia o marido reconhecer o terrível mal que causou a sua esposa e decidir
mudar de atitude, vai precisar falar, dizer, se abrir, se mostrar.
Não adianta se esconder atrás da fala de que :- Ela sabe!!! Foi com palavras que ele feriu. Foi com palavras que ele destruiu o que ela tinha de mais precioso, a sua essência. Foi com o silêncio aterrorador, em muitos momentos, que matou o amor dela. Foi a insensibilidade que transformou o coração dela num mármore frio, e que apagou de seu rosto aquele doce sorriso.
É preciso se humilhar e quebrar o muro do orgulho, já que reconheceu que errou. É preciso pedir perdão e assim, fazer brotar um renovo. Mas, saiba que será preciso ter paciência se nada voltar ao que era tão rápido, afinal de contas vai ser difícil acreditar na mudança após anos tantos anos de decepção.
A gente ouve muita coisa por aí... Muita história de casal que está junto porque o "até que a morte os separe" está demorando. A gente vê muita mulher que perdeu seu brilho no olhar, que não admira mais a lua em noite estrelada, que não espera mais flores e recadinhos, que não espera mais pela surpresa ou pelo presente. A gente conhece mulheres que se superaram na arte de não se deixar ferir, de ignorar, de sobreviver. Mulheres que não se lembram mais de quem eram, pois deixaram de acreditar.
Não sou uma feminista... Apenas refleti muito sobre “Eu já fui muito ruim para minha esposa”... E acabei lembrando das lágrimas que já vi molharem o rosto de jovens esposas, de mulheres mais maduras, de senhoras que hoje dormem em quartos separados e dizem que está tudo bem.
Porque, deixar o muro do orgulho se uma ponte de ternura, amor, reconhecimento, afeto, amizade, cuidar é bem fácil de se construir?
Não deixe o tempo passar pra você perceber que poderia ter feito diferente!!
Abraços, Débora.